A HEROÍNA NEGRA DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA -2 JULHO 1823

Maria Felipa retratada por Filomena Orge com base em relatos orais.

A “Heroína Negra da Independência”, é assim que Maria Felipa de Oliveira é conhecida pela população da Ilha de Itaparica, mas quem é essa figura sobre a qual pouco ou quase nada se conhecia?

Sua história ficou preservada na memória da população insular. Segundo os relatos, Maria Felipa viveu na Ponta das Baleias, no Convento, casarão que tinha esse nome “porque abrigava [...] os que só tinham de seu o sol e a lua” [1]. É descrita como uma negra alta e forte, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas.


Liderando um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias, fortificou as praias com a construção de trincheiras, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo e as chamadas “vedetas” que eram vigias nas praias, feitas dia e noite, a fim de prevenir o desembarque de tropas inimigas além de participar ativamente de vários conflitos.


Cansanção, assim como a urtiga, causa a sensação de queimadura ao toque com a pele.

Durante as batalhas, seu grupo ajudou a incendiar inúmeras embarcações: a Canhoneira Dez de Fevereiro, em 1º de outubro de 1822, na praia de Manguinhos; a Barca Constituição, em 12 de outubro de 1822, na Praia do Convento; em 7 de janeiro de 1823, liderou aproximadamente 40 mulheres na defesa das praias de Itaparica. Armadas com peixeiras e galhos de cansanção surravam os portugueses para depois atear fogo aos barcos usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.

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